quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O simbolismo nas artes plásticas

simbolismo mostra que tudo pode assumir uma significação simbólica: ob-jetos naturais (pedras, plantas, animais, ho­mens, vales e montanhas, lua e sol, vento, água e fogo) ou fabricados pelo homem (casas, barcos ou carros) ou mesmo formas abstratas (os nú­meros, o triângulo, o quadrado, o círculo). De fato, todo o cosmos é um símbolo em potencial.

Com sua propensão para criar símbolos, o homem transforma inconscientemente objetos ou formas em símbolos (conferindo-lhes assim enorme importância psicológica) e lhes dá ex­pressão, tanto na religião quanto nas artes vi­suais. A interligada história da religião e da arte, que remonta aos tempos pré-históricos, é o re­gistro deixado por nossos antepassados dos sím­bolos que tiveram especial significação para eles e que, de alguma forma, os emocionaram. Mes­mo hoje em dia, como mostram a pintura e a es­cultura modernas, continua a existir viva in-teração entre religião e arte.
Na primeira parte desta exposição sobre o simbolismo nas artes plásticas pretendo exa­minar alguns dos problemas específicos que fo­ram, de uma maneira universal, sagrados ou misteriosos para o homem. No restante do ca­pítulo tratarei do fenômeno da arte do século XX, não sob o ângulo da sua utilização como símbolo, mas em termos da sua significação co­mo o próprio símbolo — isto é, como uma ex­pressão simbólica das condições psicológicas do mundo moderno.

Pinturas simbolistas







O simbolismo no Brasil


O Simbolismo chegou ao Brasil em 1893, com a publicação das obras Missal (prosa) e Broquéis (poesia), ambas de autoria de Cruz e Sousa, que é considerado o maior autor simbolista.
Além de Cruz e Sousa, destacam-se Alphonsus de Guimaraens e Pedro Kilkerry.




Cruz e Sousa

Principais obras:
- Missal (prosa)
- Broquéis (poesia)
- Tropos e fantasias
- Faróis
- Últimos sonetos

Principais características:
- No plano temático: a morte, a transcendência espiritual, a integração cósmica, o mistério, o sagrado, o conflito entre matéria e espírito, a angústia e a sublimação sexual, a escravidão e uma verdadeira obsessão por brilhos e pela cor branca;
- No plano formal: as sinestesias, as imagens surpreendentes, a sonoridade das palavras, a predominância de substantivos e o emprego de maiúsculas, utilizadas com a finalidade de dar um valor absoluto a certos termos.




Alphonsus de Guimaraens

Principais obras:
- Setenário das dores de Nossa Senhora (1899)
- Dona Mística (1899)
- Kyriale (1902)
- Pastoral aos crentes do amor e da morte (1923), entre outros.

Sua poesia desenvolve-se em torno de um misticismo marcado pela morte, que surge como uma inevitabilidade, e é praticamente transformada em objeto de adoração. Formalmente, o autor revela influências árcades e renascentistas, sem cair no formalismo parnasiano. O poeta chegou a explorar a redondilha maior, de longa tradição popular, medieval e romântica, sua obra é rica em recursos como aliterações e sinestesias.

A origem simbolista

O precursor do Simbolismo é o francês Charles Baudelaire, com a publicação de “As Flores do Mal”, em 1857. O Simbolismo surgiu em meio à divisão social entre as classes burguesa e proletária, as quais surgiram com o avanço tecnológico advindo da Revolução Industrial.

O mundo estava em processo de mudanças econômicas, enquanto o Brasil passava por guerras civis como a Revolução Federalista e a Revolta da Armada, nos anos compreendidos entre 1893 a 1895.

Há um clima de grande desordem social, política e econômica nesse período de transição do século XIX para o século XX. As potências estão em guerra pelo poderio econômico dos mercados consumidores e dos fornecedores de matéria-prima, ao passo que no Brasil eclodiam as revoltas sociais.


O Simbolismo é a estética literária do final do século XIX em oposição ao Realismo e teve início no Brasil em 1893, com a publicação de “Missal” e “Broquéis”, obras de autoria de Cruz e Sousa. Teve seu fim com a Semana de Arte Moderna, que foi o marco do início do Modernismo.


O Simbolismo não é considerado uma escola literária, já que nesse período havia três manifestações literárias em confronto: o Realismo, o Simbolismo e o Pré-Modernismo.


Podemos diferenciar a estética poética simbólica da parnasiana, bem como da realista, no quesito de temas abordados: negação do materialismo, cientificismo e racionalismo do período do Realismo, busca ao interior do homem, da sua essência, uso de sinestesias, aliterações, musicalidade, além das dicotomias alma e corpo, matéria e espírito.

No período do Simbolismo podemos destacar os escritores Eugênio de Castro e Cruz e Souza.