simbolismo mostra que tudo pode assumir uma significação simbólica: ob-jetos naturais (pedras, plantas, animais, homens, vales e montanhas, lua e sol, vento, água e fogo) ou fabricados pelo homem (casas, barcos ou carros) ou mesmo formas abstratas (os números, o triângulo, o quadrado, o círculo). De fato, todo o cosmos é um símbolo em potencial.
Com sua propensão para criar símbolos, o homem transforma inconscientemente objetos ou formas em símbolos (conferindo-lhes assim enorme importância psicológica) e lhes dá expressão, tanto na religião quanto nas artes visuais. A interligada história da religião e da arte, que remonta aos tempos pré-históricos, é o registro deixado por nossos antepassados dos símbolos que tiveram especial significação para eles e que, de alguma forma, os emocionaram. Mesmo hoje em dia, como mostram a pintura e a escultura modernas, continua a existir viva in-teração entre religião e arte.
Na primeira parte desta exposição sobre o simbolismo nas artes plásticas pretendo examinar alguns dos problemas específicos que foram, de uma maneira universal, sagrados ou misteriosos para o homem. No restante do capítulo tratarei do fenômeno da arte do século XX, não sob o ângulo da sua utilização como símbolo, mas em termos da sua significação como o próprio símbolo — isto é, como uma expressão simbólica das condições psicológicas do mundo moderno.